quarta-feira, 17 de outubro de 2012

De Cuba e Canadá: ADONIS PUENTES


SALSEROS DE PLANTÃO!!!
Cuba também está presente no "O FINO DA SALSA"!!
 Trago a vocês entrevista exclusiva com o cantor, compositor e músico
 ADONIS PUENTES

Adonis, nasceu em uma atmosfera carregada com sons cubanos. Foi atraído pela música ainda criança, pela guitarra de seu pai. Criado em uma casa do outro lado da rua de sua cidade natal, Centro Cultural de Artemisa. Com 6 anos de idade, Adonis juntou-se a um Conjunto musical de crianças formado por seu pai, Valentin. Aos 14 anos foi cantar e escrever sua própria música. Em 1998,  Adonis mudou para o Canadá, onde continua a compor, cantar e representar em turnês internacionais, permanecendo fiel às suas raízes cubanas com um sentimento contemporâneo. Adonis recebeu indicação este ano ao prêmio Grammy. Carrega em si o orgulho de apresentar sua música e cultura para o mundo.

Em Fevereiro de 2013, Adonis lançará seu novo álbum de Son Cubano/Salsa e Folklore Latino Americano, intitulado "SABOR A CAFÉ"



Você nasceu em um país que é muito rico musicalmente. Como foram os primeiros contatos com a música?
Sim, efetivamente tive a felicidade de nascer em Cuba, um país rico na tradição musical e na arte em geral. Além disso, tive também a grande sorte de nascer em uma família muito musical. Meu pai Valentin Puentes é um grande guitarrista e professor de música.

 Participou de um concurso de música em Cuba e foi um dos finalistas? Como foi sua apresentação? Relembra um pouco para nós.
Em 1996, participei de um concurso de televisão em Cuba, chamado "Mi Salsa, Buscando al Sonero". Neste concurso foram revelados grandes soneros da minha geração. O concurso durava o ano inteiro. Primeiro me apresentei entre um grande número de concorrentes. Fui selecionado e as apresentações passaram a ser mensais, depois trimestrais, logo semestral até a grande final um ano depois. Eu me considero muito feliz por ter chegado até a última noite e permanecer na TV Nacional durante todo o ano. Esse concurso me deu certa popularidade em meu país, além disso, me deu forçaspara seguir e consolidar meu amor pela Música Cubana. 

 
Como ocorreu sua mudança para o Canadá?
A mudança pro Canadá ocorreu por duas razões do destino. Eu visitei pela primeira vez em 1995, com o Quinteto Los Puentes, sob a direção musical de meu pai, Valentin Puentes. No mesmo ano voltei a Cuba. Continuei gravando e colaborando com algumas bandas em Havana. Precisamente no ano de 1998, voltei ao Canadá com outra orquestra da Ilha, chamda Fiebre Latina, da qual fiz parte somente para essa turnê. Logo apareceram algumas oportunidades de trabalho por aqui. 9 meses mais tarde, meu irmão Alexis Puentes (mais conhecido como Alex Cuba), também veio ao Canadá e juntos criamos um maravilhoso projeto que se chamou Puentes Brothers. Muitos relembram aquela linda etapa musical, ao qual marcou meus primeiros passos no âmbito musical fora de Cuba. O tempo passou e a vida começou a acontecer por aqui e assim fui ficando neste grande país que é o Canadá.  

Você é irmão gêmeo de Alexis (Alex Cuba). Conte-nos um pouco mais como foi o projeto PUENTES BROTHERS.  
Sim, como havia mencioando a você antes, tenho um irmão gêmeo (meu único irmão) chamado Alexis Puntes, seu nome artístico é Alex Cuba. Meu irmão é um grande músico e cantor muito reconhecido. Sua música começou a ser reconhecida internacionalmente nos últimos 4 a 5 anos. Juntos começamos a dar os primeiros passos na música desde pequeno. A princípio ele preferia tocar Baixo e só cantava quando escrevia alguma canção. Quando eu escutei a beleza e a doçura que havia em sua voz, o convenci a cantar. E assim ele começou a cantar no disco que fizemos juntos 1999 no Canadá, "MORUMBA CUBANA"(título do disco). Esse trabalho mudou nossas vidas de forma positiva. A partir desse momento foi que verdadeiramente começamos a existir discograficamente. Além disso, entendemos a magia que havia em escrever canções. Foi assim que Alex começou a cantar. " E até o sol de hoje continua fazendo com muito sucesso"  
Adonis e Alex Cuba
Que músicos ou interpretes de trazem inspiração?
Bom, existem muitos músicos dos quais eu gosto do trabalho e considero que influenciaram no que faço. O espectro musical do qual me nutro é bastante amplo e não alcancaria esta entrevista para mencionar mas, posso citar alguns: Sindo Garay, Manuel Corona, Maria Teresa Vera(A velha trova Cubana), Los Compadres, Beny More, Los Van Van, Matamoros, Arsenio Rodriguez, Los Muñequitos de Matanzas, Yoruba Andabo, Meu Pai Valentin Puentes, Omara Portuondo, Elena Burke, Pancho Amat, NG la Banda, Irakere, Pedro Luis Ferrer, Silvio Rodrigues e Pablo Milanes, Celia Cruz (com a Sonora Matanzera), Pancho Cespedes, Buena Vista Social Club, Beatles, Chabuca Granda, Fito Paez, James Brown, Michael Jackson, Stevie Wonder, Charlie Parker, Thelonious Monk, Mercedes Sosa, Caetano Veloso (Um dos meus preferidos) Gilberto Gil, Carliños Brown, Roberto Carlos, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethania, So Pra Contrariar, Djavan, Ketama, Rosario Flores, Paco de Lucia, as Musicas das telenovelas Brasileiras, Gilberto Santarosa, El gran combo de Puerto Rico, Juan Luis Guerra, toda a boa musica do mundo, etc etc etc...............  
 
Sabemos que existe uma forte mistura entre a música de Cuba e do Brasil. Gravou algum tema ou pensa em gravar algum dia, músicas com influências brasileiras?
Eu gosto muito da música do Brasil. Acredito que a música brasileira é uma das coisas mais lindas que Deus presenteou ao universo. Em Cuba, sempre se assistem as telenovelas brasileiras (risos). Lembro desde criança via as novelas por causa da boa música. Me recordo de Roque Santeiro e Escrava Isaura (risos) etc, etc. As músicas das telenovelas nos despertou o desejo de explorar e conhecer a música do Brasil. Verdadeiramente penso que a música é muito rica e com diversos estilos que passaríamos anos estudando-a para conhecer um pouco do amplo universo. A profundidade da harmonia é muito forte. A lindas poesias de seus grandes compositores. Enfim, penso que Brasil e Cuba têm muitas coisas em comum, o calor humano, a autenticidade cultural, a história da escravidão, os orixás, a fusão das raízes musicais de diversos lugares e um grande coração. Ultimamente me saiu alguns temas com influencia do Brasil. Espero poder gravar essa músicas logo e conseguir que me ouçam com esse rico swing do Samba e a Bossa Nova.
 

E porque deciciu seguir carreira solo?
Minha carreira solo foi o desenvolvimento lógico que me fez seguir. Depois de vários anos no Canadá, comecei a escrever um pouco mais. Além disso, comecei a colaborar co grandes artistas, aos quais nunca nem pensei em conhecer. Pouco a pouco me dei conta de que todas essas experiências me deram confiança e conhecimento para criar minha própria música.   

Aqui no Brasil, se escuta muito as músicas do Maestro Orlando "Maraca" Valle. Você já fez turnês com ele. Como foi a experiência?   
Considero positiva a experiência de ter feito três turnês nos Estados Unidos com Orlando Valle Maraca. É um grande músico formado na grande escola que é IRAKERE. Além disso, essas turnês me deram a possibilidade de conhecer e colaborar com os excelentes músicos que formavam parte deste grupo. Sem dúvidas, algo que também ajudou no meu desenvolvimento musical.  
 
Este ano você recebeu uma indicação ao prêmio Grammy pelo trabalho MONGORAMA de José Rizo (Melhor Album Tropical Latin). O que significou para você?
Sim, a experiência de trabalhar com José Rizo, no disco MONGORAMA, foi uma das grandes coisas que aconteceram em minha carreira musical. Esse projeto também me deu a possibilidade de conhecer e trabalhar com grandes músicos como, o maestro Justo Almario, Danilo Lozano, Hubert Laws, Ramon Banda, Alfredo Ortiz, Joey De Leon Jr., o maestro Oscar Hernandez, Francisco Torres, Alberto Salas, Rene Camacho, etc. Neste grande projeto musical, José Rizo, desempenha o papel de Cantor principal. Obter uma indicação ao prêmio Grammy, foi algo muito lindo e confortável para todos que fazemos parte dessa orquestra. Sem dúvida um prêmio ao grande esforço que significa fazer música durante todos estes anos.  
Adonis com integrantes do projeto Mongorama (ao centro o maestro José Rizo)
Como define sua música?   
Defino minha música como uma mescla de tudo que até aqui vivi. Sou 100% Cubano de coração, mas também com algumas influências canadenses ou norte americanas, se assim posso dizer (risos). Estar fora de Cuba me levou a abrir o panorama e o conceito estético da música e da arte em geral. Meu objetivo: "Fazer bailar e esquecer as dores do mundo". Minhas razões são, a necessidade de me expressar através da música e conseguir a conexão com quem me escuta.  

 Pensa em conhecer e cantar no Brasil?    
É o meu maior desejo poder cantar nessa terra maravilhosar que é o Brasil. Espero logo poder chegar aí com minha banda, compartilhar canções e experiências com a maravilhosa gente brasileira. Sei que os brasileiros adoram dançar e confio que o universo conspire em fazer esse sonho realidade.   
Deixa uma mensagem aos brasileiros admiradores da sua boa música.    
A toda gente linda do Brasil e aqueles que escutam algumas das minha músicas, envio meu carinho e minha energia positiva. Espero que logo esteja aí para compartilhar momentos agradáveis de música e poesia. Um grande abraço com muito calor Cubano. OBRIGADO BRASIL!!  
Gracias Thyago!! Um abraço irmão e obrigado pela possibilidade de me comunicar com os Salseros brasileiros (risos)
   

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